Dados do Trabalho
Título do trabalho
CORRELAÇAO ENTRE A DOR LOMBAR NOS ULTIMOS 12 MESES E O TEMPO DE SONO E TEMPO SENTADO NO LAZER EM PROFISSIONAIS DA AREA DA SAUDE DE AMBIENTE HOSPITALAR DURANTE A PANDEMIA DE COVID-19.
Introdução
A pandemia de COVID-19 impactou os trabalhadores da área da saúde, com o aumento da carga de trabalho, riscos e medo de contaminação. Muitos tiveram que deixar suas casas e se hospedar em hotéis, o que culminou em alterações nas horas de descanso e lazer. Assim, o risco de desenvolverem sintomas físicos e mentais foi iminente. Deste modo, nossa hipótese é que a dor lombar pode ser relacionada com a redução do tempo de sono e a falta de atividades físicas no lazer.
Objetivo
Estudo transversal com dados da linha de base de uma subamostra da coorte HEROES (CAAE:39705320.9.0000.5504), a qual aceitou fazer uso dos acelerômetros. O objetivo deste estudo é de correlacionar a dor lombar com o tempo de sono e o tempo sentado no lazer, por meio da análise de correlação ponto bisserial, em profissionais da saúde de ambiente hospitalar no município de São Carlos-SP durante a pandemia de COVID-19.
Metologia
O tempo de sono e sentado no lazer foram monitorados por acelerômetros triaxiais posicionados em coxa, braço e coluna. A dor lombar nos últimos 12 meses foi avaliada pelo Questionário Nórdico de Sintomas Osteomusculares em um formulário eletrônico. Foram incluídos trabalhadores brasileiros do Sistema Único de Saúde com idade igual ou superior a 18 anos que exerciam atividades assistenciais em hospitais na pandemia de COVID-19 e excluídos, alunos, estagiários, aposentados e dados inconsistentes.
Resultados
17 profissionais; 88,2% mulheres; média de 35 anos; 71% com dor lombar. Aqueles sem dor lombar possuem média diária de sono de 5,36±0,79 horas e aqueles com dor 3,66±0,91 horas. Trabalhadores com dor lombar apresentaram um percentual menor de tempo sentados no lazer (37,75±9,46) do que os sem dor (48,60±6,54). Houve correlação negativa da dor lombar nos últimos 12 meses com a média diária de sono (r=-0,69, p=0,003) e com o percentual do tempo que permanecem sentados no lazer (r=-0,51, p=0,03).
Discussão
Reforçando nossos achados, um estudo realizado com pessoas que sofriam de dor lombar crônica na pandemia revelou que elas apresentaram dor lombar mais intensa e significativamente menos horas de sono diárias. Além disso, observou-se que a pandemia resultou no aumento do estresse e da demanda física e psicológica, sendo que o estresse psicológico aumenta a ocorrência de dor lombar em trabalhadores da saúde.
Conclusão
Há duas possíveis explicações para os resultados: aqueles com dor lombar não conseguem permanecer muito tempo dormindo e sentados no lazer ou há maior prevalência de dor lombar quando o tempo de sono e tempo sentado no lazer são insuficientes para recuperação. A relação entre esses aspectos pode ser bidirecional. Estratégias que promovam hábitos saudáveis de sono, prática de atividade física e medidas ergonômicas para prevenir a lombalgia podem melhorar as condições de saúde dos trabalhadores.
Palavras-chave (de 3 a 10 palavras-chave)
Dor Musculoesquelética; Lombalgia; Trabalhadores da Saúde; Duração do Sono; Postura Sentada; Saúde Ocupacional; COVID-19.
Área
Estudo transversal (ou seccional)
Categoria
Fisioterapia Musculoesquelética
Instituições
UFSCar - São Paulo - Brasil
Autores
BEATRIZ MEDEIROS CARDOSO, MARIA ISABEL TRICHES, VIVIANE DE FREITAS CARDOSO, MARCELA ALVES ANDRADE, TATIANA DE OLIVEIRA SATO