Dados do Trabalho

Título do trabalho

PODEMOS USAR O MEMBRO NAO DOLOROSO OU MENOS DOLOROSO COMO MEDIDA DE REFERENCIA PARA AVALIAÇAO DA FUNÇAO OBJETIVA DE PESSOAS COM DOR FEMOROPATELAR UNILATERAL OU BILATERAL?

Introdução

Pessoas com dor femoropatelar (DFP) apresentam menor desempenho funcional do membro doloroso (dor unilateral) ou mais doloroso (dor bilateral) durante os testes single-leg hop e step-down comparado a controles. Entretanto, a avaliação da função objetiva desses indivíduos na clínica se limita a análise do índice de simetria entre membros. É preciso, portanto, investigar se o membro não doloroso/menos doloroso pode ser usado como referência para avaliação da função de objetiva pessoas com DFP.

Objetivo

Esse estudo objetivou comparar o desempenho funcional de ambos os membros, bem como a proporção de índice de simetria entre membros (em inglês, limb symmetry index [LSI]) de pessoas com DFP unilateral (DFPuni) e bilateral (DFPbi) e controles assintomáticos (GC) durante os testes clínicos single-leg hop (SLHT) and forward step-down (FSDT). Nesse estudo, os membros afetado/referência foram padronizados em doloroso/não doloroso (DFPuni), mais doloroso/menos doloroso (DFPbi), e randomizado (GC). Todos os procedimentos foram aprovados pelo comitê de ética (4.649.629).

Metologia

O desempenho no SLHT foi avaliado pela média de 3 tentativas de um salto horizontal máximo (cm/comprimento do membro em cm*100), enquanto no FSDT foi considerado o maior número de repetições da tarefa em 30 segundos. A ordem dos membros foi randomizada. Um Modelo Linear Geral controlando por sexo e um teste Qui-quadrado foram usados para comparações Grupo*Membro e análise da proporção de simetria (LSI>90%) e assimetria (LSI≤90%) entre os grupos, respectivamente (p≤,05).

Resultados

Jovens adultos (média idade=23.6±3 anos) participaram (DFPuni=55; DFPbi=73; GC=78) e nenhum participante com DFP reportou desordem concomitante. Um menor desempenho de ambos os membros nos grupos DFPuni (Diferença Média[DM]=-3.80; -5.13, p=<,01; ,031) e DFPbi (DM=-2.98; -4.36, p=<,01; ,02) comparado ao GC foi encontrado no FSDT. O grupo DFPuni também mostrou maior proporção de assimetria (χ2=5.99; p=,05) com menor desempenho do membro doloroso (DM=-1.68, p<,01). Não houve diferenças no SLHT.

Discussão

Ambos os membros de pessoas com DFP unilateral e bilateral parecem estar comprometidos funcionalmente durante o FSDT. Esses resultados sugerem que o membro de referência e o LSI não parecem adequados para avaliar a função de pessoas com DFP. Apesar de uma assimetria entre os membros ter sido encontrada no grupo DFPuni durante o FSDT, a sua relevância clínica deve ser questionada (diferença <2). Resultados não significativos durante o SLHT também contestam sobre o uso desse teste nessa população.

Conclusão

O membro não doloroso ou menos doloroso de pessoas com DFP não parece ser uma medida de referência para avaliar a função objetiva durante o FSDT. Além disso, resultados não significativos durante o SLHT sugerem que esse teste pode não ser apropriado para avaliar a função objetiva de pessoas com DFP. Mais estudos são necessários para determinar testes e valores de referência apropriados para avaliação da função objetiva de pessoas com DFP na clínica.

Palavras-chave (de 3 a 10 palavras-chave)

capacidade funcional, testes clínicos, avaliação física, dor no joelho, sintomas bilaterais