Dados do Trabalho

Título do trabalho

EXISTE ASSOCIAÇAO ENTRE FORÇA DE PREENSAO MANUAL E QUALIDADE DE VIDA EM MULHERES SOBREVIVENTES AO CANCER DE MAMA?

Introdução

As mulheres sobreviventes ao câncer de mama podem sofrer com sequelas da doença e dos seus tratamentos. Dentre os prejuízos na função física, pode-se citar o declínio da função muscular global, podendo evoluir com perda de força muscular, fadiga e sarcopenia. Essas alterações, por sua vez, podem impactar na redução da qualidade de vida (QV) e saúde geral dos indivíduos sobreviventes à doença quando comparados à população geral.

Objetivo

avaliar a associação entre força de preensão manual (FPM) e qualidade de vida (QV) em mulheres com câncer de mama.

Metologia

Trata-se de um estudo transversal, de abordagem quantitativa. Foram incluídos no estudo mulheres sobreviventes ao câncer de mama, com idade entre 40 e 70 anos, com histórico de mastectomia unilateral. Coletou-se dados sociodemográficos, antropométricos, QV avaliada pelo questionário do Functional Assessment of Cancer Therapy - Breast versão 4 (FACT-B+4) e a FPM mensurada com um dinamômetro hidráulico de mão. O projeto foi aprovado por comitê de ética sob n. 57624121.0.0000.5208.

Resultados

A FPM do membro homolateral à Cirurgia valores abaixo do esperado (23,30±5,18) e o lado contralateral à cirurgia ligeiramente superior ao limite estabelecido (26,56±5,61). Observou-se um déficit da FPM nas participantes (-3,25±3,79). Quanto ao FACT-B+4 a média do escore total (109,58±21,76) indica prejuízo na QV. O déficit de FPM se correlacionou ao escore total de QV (p=0,012) e aos domínios de bem-estar físico (p= 0,009), bem-estar social/familiar (p=0,010) e bem-estar emocional (p= 0,024).

Discussão

A FPM média encontrada nas participantes avaliadas foi menor, quando comparadas aos valores preditos em indivíduos saudáveis da mesma faixa etária. Observou-se ainda que as mulheres apresentam prejuízos na QV em relação ao bem-estar funcional, preocupações relacionadas ao câncer de mama e preocupações relacionadas ao braço. Quanto maior o prejuízo de FPM do membro afetado em relação ao membro não afetado, pior é a QV. Essa associação foi confirmada por meio dos modelos de regressão analisados.

Conclusão

O estudo identificou prejuízo na QV e diminuição da FPM em mulheres sobreviventes ao CM. Os resultados apontam que há associação da QV com o déficit FPM, ou seja, quanto maior o prejuízo de FPM do membro afetado em relação ao membro não afetado, pior é a QV. Também foi constatado que para cada quilo de força a menos na FPM o escore geral de QV diminui pouco mais de 3 pontos no escore final.

Palavras-chave (de 3 a 10 palavras-chave)

Neoplasias da Mama; Oncologia; Força da Mão; Qualidade de Vida; Força Muscular; Linfedema Relacionado a Câncer de Mama.