Dados do Trabalho
Título do trabalho
FRAGILIDADE EM IDOSOS NA ATENÇAO AMBULATORIAL E FATORES CORRELACIONADOS: ESTUDO TRANSVERSAL
Introdução
Identificar condições sociodemográficas e de saúde do idoso correlacionadas ao declínio funcional, como em casos de fragilidade, contribui para reflexões sobre políticas públicas e intervenções que possam promover saúde a essa população, permitindo que viva com a maior independência possível.1 Por isso, profissionais de saúde responsáveis pelo cuidado da pessoa idosa, ao identificar precocemente tais condições, têm a possibilidade de promover intervenções que, provavelmente, não seriam consideradas antes.2
Objetivo
Correlacionar fatores sociodemográficos e de saúde ao perfil de fragilidade de idosos acompanhados em um Ambulatório de Gerontologia hospitalar no interior do Estado de São Paulo.
Metologia
A coleta dos dados foi realizada no ambulatório, mediante o consentimento do participante, consistindo na aplicação de um protocolo composto pelos itens: caracterização sociodemográfica e de saúde; avaliação da fragilidade;3 do desempenho cognitivo;4 do grau de dependência em atividades básicas e instrumentais de vida diária;5,6 e presença de sintomas depressivos.7
A análise ocorreu pelo cálculo de correlação de Spearman, com magnitude classificada como fraca, moderada, forte e perfeita.8 O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade Federal de São Carlos.
Resultados
A amostra foi composta por 50 indivíduos, 70% mulheres, média de 79,4 anos de idade e 3,4 de estudo. Quanto à saúde, média de 3,8 morbidades e 6,1 medicamentos diários. Houve predomínio de fragilidade, alteração cognitiva grave, dependência em atividades básicas e instrumentais e ausência de sintomas depressivos. A análise apontou correlação moderada entre a fragilidade e as variáveis faixa etária (r=0,38), morbidades (r=0,43), medicamentos (r=0,51), função cognitiva (r=-0,54) e dependência em atividades básicas (r=-0,48) e instrumentais (r=-0,46).
Discussão
O perfil sociodemográfico e de saúde da amostra aponta fatores que favorecem maiores índices de fragilidade, refletindo acerca de possíveis estratégias para remissão desses aspectos, como o controle adequado das doenças crônicas, prevenção de déficits cognitivos, incentivo à prática de atividades físicas e colaboração de familiares e cuidadores de forma a promoverem a autonomia dos idosos.9,10
Conclusão
As correlações observadas entre a fragilidade e a idade, número de morbidades e medicamentos, desempenho cognitivo e dependência em atividades de vida diária podem subsidiar o estabelecimento de indicadores para aperfeiçoar o monitoramento e o planejamento de ações voltadas ao contexto ambulatorial, viabilizando a organização de prioridades de intervenção e a criação de medidas preventivas.
Palavras-chave (de 3 a 10 palavras-chave)
Assistência Ambulatorial; Idoso; Idoso Fragilizado; Saúde do Idoso.
Área
Estudo transversal (ou seccional)
Categoria
Saúde Pública
Instituições
Universidade Federal de São Carlos - São Paulo - Brasil
Autores
GUSTAVO CARRIJO BARBOSA, LUDMYLA CAROLINE DE SOUZA ALVES, DIANA QUIRINO MONTEIRO, ANA CAROLINA OTTAVIANI , ALINE CRISTINA MARTINS GRATÃO