Dados do Trabalho


Título do trabalho

Efeito do uso de hormônios gonadais no acidente vascular encefálico: neuroprotetor ou fator de risco? Uma revisão sistemática

Introdução

O acidente vascular cerebral (AVE) é uma patologia frequente na vivência clínica, no qual apresenta uma fisiopatologia complexa e diferentes graus de comprometimento. Por isso, é de extrema importância investigar terapias que melhorem a recuperação funcional e reduzam os danos. Atualmente, apenas a terapia trombolítica é reconhecida com nível de evidência. No entanto, essa terapia possui limitações, para isso, vem sendo estudado o tratamento hormonal como possível agente neuroprotetor pós AVC.

Objetivo

Desenvolver uma revisão sistemática para avaliar o efeito da utilização dos hormônios estrogênio e progesterona no AVE.

Metologia

Desenvolvemos uma revisão sistemática utilizando a estratégia PICO: estudos com animais idosos (P), que utilizaram os hormônios estrogênio e/ou progesterona (I) e foram comparados com os que não utilizaram (C), para verificar os efeitos dos hormônios gonadais no AVC Isquêmico (O). Foram realizadas buscas online, sem restrições de data de publicação e idioma, no PubMed, Web of Science e Science Direct. Os dados foram extraídos e tabulados, avaliando a qualidade metodológica e o risco de viés.

Resultados

Foram encontrados 1117 artigos. Posteriormente, 451 duplicatas foram removidas e após a leitura dos títulos e resumos 630 foram excluídos, restando 18 artigos para serem lidos na íntegra. Por fim, 6 foram excluídos com base nos critérios de elegibilidade e 12 foram incluídos para discussão. A avaliação do risco de viés demonstrou que os estudos apresentam baixo risco de viés na maioria das variáveis analisadas, especialmente nas variáveis essenciais para apontar a qualidade do estudo.

Discussão

Os estudos demonstram que o tratamento hormonal de Progesterona na dosagem de 8-16 mg/kg, atenuaram a área de infarto e os déficits funcionais, além de exercer neuroproteção. No entanto a maioria dos estudos com Estradiol demonstrou efeitos deletérios na área de infarto, além de desfechos comportamentais piores. Este fenômeno pode estar relacionado ao envelhecimento reprodutivo e mostra ainda que a capacidade do estrogênio de regular o dano tecidual depende da idade reprodutiva.

Conclusão

Nós concluímos que o tratamento exógeno com progesterona no modelo experimental de animais senescentes é capaz de exercer influência positiva na resposta bioquímica, celular, no volume de infarto e consequentemente na melhora da resposta funcional, no entanto, o estrógeno demonstrou ser incapaz de exercer neuroproteção contra lesão de isquemia cerebral em animais senescentes.

Palavras-chave (de 3 a 10 palavras-chave)

Neuroproteção, Hormônios Gonadais, AVC.

Área

Revisão sistemática e metanálise

Categoria

Fisioterapia Neurofuncional

Instituições

Universidade Federal do Pará - Pará - Brasil

Autores

INGRID MILENA MARQUES DE ANDRADE, Wanessa Carvalho Wanzeler, Rosana De Souza Bentes, Márcio Gonçalves Corrêa, Carlomagno Pacheco Bahia