Dados do Trabalho
Título
PREVALENCIA DO PAPILOMAVIRUS HUMANO (HPV) EM AMOSTRAS CERVICOVAGINAIS NO BRASIL: REVISAO SISTEMATICA
Fundamentação/Introdução
O papilomavírus humano (HPV) é uma das causas mais comuns de infecções sexualmente transmissíveis no mundo. A infecção pelos genótipos de alto risco está associada ao desenvolvimento de lesões intraepiteliais que eventualmente progridem ao câncer de colo de útero. Neste cenário, torna-se essencial a realização de estudos relacionados à detecção do HPV em amostras cervicovaginais para analisar a prevalência do vírus, rastrear as lesões precursoras do câncer e nortear estratégias de vacinação.
Objetivos
Analisar a prevalência do HPV em amostras cervicovaginais de pacientes no Brasil, bem como a região onde o estudo foi conduzido, técnicas utilizadas para identificação dos genótipos e genótipo mais frequente, através de uma revisão da literatura.
Delineamento e Métodos
Trata-se de uma revisão sistemática realizada a partir da pesquisa de artigos científicos nas bases de dados PubMed, Scientific Electronic Library Online (SciELO) e Google Acadêmico, utilizando os termos papilomavírus humano, HPV e Brasil, e seus equivalentes em inglês. Foram incluídos artigos originais relacionados à detecção do HPV em amostras cervicovaginais de pacientes no Brasil, publicados entre 2014 e maio de 2023. Estudos relacionados à detecção do vírus em outros sítios anatômicos foram excluídos.
Resultados
Dos 34 estudos elegíveis, a maioria foi realizada na região norte, correspondendo a 26,5% (9/34). Quando analisada a prevalência, 52,9% (18/34) dos estudos detectaram o HPV em até 35% das amostras, sendo que em quatro estudos o HPV foi detectado em mais de 80% das amostras analisadas. Para a identificação do genótipo, a PCR (em tempo real, nested e/ou multiplex) foi o método mais utilizado, empregado em 35,3% (12/34), seguido da hibridização, utilizada em 20,6% (7/34) dos estudos. Outros métodos incluíram a captura híbrida, sequenciamento e PCR associado com o polimorfismo de fragmentos de DNA obtidos por enzimas de restrição (PCR-RFLP). Por fim, o HPV16 foi o genótipo mais frequente em 44,1% (15/34) dos artigos.
Conclusões/Considerações Finais
Apesar da disponibilização da vacina contra o HPV no país desde 2014, ainda é possível verificar uma prevalência considerável do vírus nas mulheres. Além disso, o HPV16 foi o genótipo mais frequente em alguns estudos, sendo este classificado como de alto risco oncogênico e contra o qual a vacina confere proteção. Desta forma, é preciso dar continuidade aos estudos epidemiológicos e incentivar programas de educação sexual e campanhas de vacinação.
Palavras Chave
HPV, cervical, infecções sexualmente transmissíveis, epidemiologia.
Arquivos
Área
Tema Livre
Autores
SILVIANE BARRADAS VIEIRA, DAIANE GRAIZYK LAGUNAZ, JESSICA BOITO PINTO, LARIANE LAZARI GAVINESCKI, THAÍS DALZOCHIO