I Congresso Sul Brasileiro de Biomedicina

Dados do Trabalho


Título

PACIENTE INDÍGENA COM TOXICIDADE GRAVE NO TRATAMENTO DA LEUCEMIA LINFOIDE AGUDA NA REGIÃO NORTE DO BRASIL.

Fundamentação/Introdução

A Leucemia Linfoide Aguda (LLA) é a neoplasia pediátrica mais comum, representando 30% dos cânceres infantis. O protocolo de tratamento mais utilizado é dividido em 3 fases: 1) indução, que tem como objetivo eliminar as células leucêmicas do sangue, na qual utiliza-se normalmente glicocorticoides, vincristina, asparaginase e antraciclinas. 2) fase de consolidação, que objetiva erradicar as células leucêmicas residuais com uso intenso de metotrexato (MTX), 6-mercaptopurina (6-MP) e pulsos de vincristina e glicocorticoides. 3) fase de manutenção, que utiliza doses de 6-MP e MTX. Apesar do sucesso no tratamento, com taxas de cura de até 90%, estudos demonstram que cerca de 20% dos pacientes sofrem toxicidade grave.

Objetivos

Descrever um relato de caso com toxicidade exacerbada grave (graus III e IV) em um paciente indígena com LLA, na Região Norte do Brasil.

Descrição do Caso

O tipo de estudo em questão é um relato de caso. Paciente R.C.M, 2 anos de idade, de etnia indígena, sexo masculino e naturalidade paraense, foi diagnosticado com LLA do tipo T por meio de diagnóstico morfológico e imunofenotipagem. O grupo de estratificação desse paciente foi de alto risco, conforme o protocolo de tratamento. Para o controle de informações clínicas coletadas foi avaliado o seu estado nutricional, sendo considerado eutrófico e sua adesão ao tratamento foi considerada adequada. No início do tratamento, na fase de indução, o paciente apresentou uma série de toxicidades graus III e IV como toxicidade intestinal, hematológica, do SNC e infecciosa, das quais destacam-se a diarreia, dor abdominal, mucosite e monilíase oral, anemia, toxicidade neurológica com presença de paralisia flácida e paralisia muscular, neutropenia febril, pneumonia, piodermite e infecção do trato urinário. De acordo com o protocolo BFM-IC 2002, utilizado no paciente – o qual teve suporte oncológico avançado e internação profilática – as toxicidades consideradas normais esperadas nessa fase são de grau II, tanto hematológicas quanto gastrointestinais as quais foram excedidas nesse caso. Por fim, o paciente evoluiu para óbito ainda na fase de indução.

Conclusões/Considerações Finais

O paciente demonstrou toxicidade exacerbada em comparação com os casos descritos na literatura, logo, os indícios clínicos demonstram que os pacientes indígenas requerem uma atenção e abordagem terapêutica diferenciada. Sendo importante o estudo do caso para melhora do tratamento.

Palavras Chave

LLA, toxicidade, indígena.

Área

Tema livre

Instituições

Núcleo de Pesquisas em Oncologia - Pará - Brasil, Universidade Federal do Pará - Pará - Brasil

Autores

Lui Wallacy Morikawa Souza Vinagre, Lucas Favacho Pastana, Elizabeth Ayres Fragoso Dobbin, Tatiane Piedade de Souza, Darlen Cardoso de Carvalho, Alayde Vieira Wanderley, Ney Pereira Carneiro dos Santos